V Oficina de História
Académicos debatem sobre o trabalho
infantil na V Oficina de Historia Moçambique
Académicos juntaram-se no dia 1 de Julho na sala do Arquivo Histórico de
Moçambique para debater o trabalho infantil em Moçambique, no âmbito da V sessão da Oficina de Historia Moçambique.
Questões
ligadas ao trabalho infantil em África e no mundo estiveram sempre ligadas a
pobreza e ao elevado custo de vida para as famílias mais pobres, o que acaba
retardando o seu desenvolvimento.
Na
África Subsariana, duas em cada três crianças estão envolvidas no trabalho
infantil e agricultura, pecuária, caça, pesca
e comércio informal são apontadas como
as principais áreas.
Olívia
Chiziane, do Departamento de Estudos Históricos e Políticos do Centro de
Estudos Africanos, após um estudo feito num dos principais mercados da capital
moçambicana, aponta a pobreza como a principal causa do trabalho infantil em
Moçambique.
“O
envolvimento constitui uma autêntica privação dos direitos da criança” defendeu
Olívia Chiziane.
Por
seu turno, Luís Mendes, em representante do Gabinete de Atendimento a Família e
Menores Vitimas de Violência, afirmou que para o estado moçambicano o trabalho
infantil é legal, segundo a lei 23/2007, desde que não extrapole as dosagens
indicadas para cada faixa etária e não exceda as 37h semanais e 07 diárias.
“Não
podemos pensar que todo o trabalho infantil é crime porque já esta legislado. Não
aconselhamos que não se dê trabalho a criança. O trabalho do estado é
sensibilizar para que se dê o trabalho nos limites aprovados por lei e caso não,
os infractores devem ser responsabilizados”.
Ainda
nesta senda, foi referenciada a questão de crianças envolvidas no trabalho de extracção
de minerais, tema este abordado pelo representante do Departamento de Mineração
Artesanal e de Pequena Escala do Ministério de Recursos Minerais e Energia,
Adelino Moiane.
Moiane
defendeu que a abolição ou erradicação do trabalho infantil não pode ser vista
como uma solução para o problema porque esta acção pode levar a este grupo a
cometer outros tipos de infracção para sobreviver, ressaltando que esta prática
pode constituir um risco na criação das identidades sociais.
Dados
oficiais indicam que das 12 milhões de crianças moçambicanas, 1.8334 menores
estão envolvidos em trabalho infantil.
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