VI Oficina de História
Moçambique:
Historiadores defendem adopção das línguas locais no ensino de
História em Moçambique
Comunicação:
Maputo,
01 ago – Historiadores moçambicanos defenderam, na sexta-feira (29 de Julho), a adopção das
línguas locais no ensino de História em Moçambique para melhorar o desempenho
dos educandos, considerando que a exclusão das línguas autóctones no Processo
de Ensino e Aprendizagem pode contribuir para a extinção das mesmas.
“Nós
precisamos de incorporar as nossas línguas no ensino de História”, disse à imprensa
o pesquisador e coordenador geral da Oficina de História Moçambique, Elcídio
Macuacua, à margem do 6.º encontro do grupo, subordinado ao tema “ papel das
línguas moçambicanas na pesquisa e ensino de História.
Observando
que uma parte significativa da população moçambicana não tem o português como a
primeira língua, Elcídio Macuacua entende que a adopção de línguas moçambicanas
no ensino de história facilitaria o Processo de Ensino e Aprendizagem,
explorando, em simultâneo, a dimensão cultural inerente nas línguas locais.
Para
o historiador, a adopção de línguas moçambicanas no ensino pressupõe a documentação
de obras sobre a disciplina em línguas locais, um processo que facilitaria a
compreensão do educando.
“Poderíamos,
em função das circunstâncias, escolher as línguas mais faladas em cada região
e, a partir daí, introduzi-las nos programas”, acrescentou Elcídio
Macuacua, que também é professor de
História.
Por
seu turno, o também historiador e coordenador para assunto educativos e culturais,
Ivan Zacarias, entende que a adopção das línguas nacionais no ensino de
história em Moçambique é um processo complexo e propõe uma análise mais
profunda para melhor adequação da proposta.
“É
realmente necessário que as línguas nacionais sejam adoptadas no ensino mas
importante não desvalorizar a língua portuguesa, na medida em que ela funciona
como veículo de unidade nacional”, declarou, apontando, a título de exemplo, a
situação da África do Sul, onde as línguas locais são usadas no ensino, sem que,
no entanto, o inglês seja desvalorizado.
Além
de debater o “papel das línguas moçambicanas no ensino de História”, a 6.ª
Oficina de História, que juntou académicos, escritores e estudantes em Maputo,
serviu para o anúncio da realização da Primeira Conferência Internacional da
Oficina de História, a decorrer nos dias 28 e 29 de Outubro, sob o lema “Samora
Machel na Históriaː memoria, educação e cultura popular”.
Atenciosamente.
Media:
Telcínia dos Santos Nhantumbo (847489538)
Estêvão Azarias Chavisso (825729082)
Correio Eletrónico: oficinadehistoriamoz@gmail.com
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