quinta-feira, 4 de agosto de 2016

 VI Oficina de História Moçambique: 
Historiadores defendem adopção das línguas locais no ensino de História em Moçambique

             Comunicação:

Maputo, 01 ago – Historiadores moçambicanos defenderam, na sexta-feira (29 de Julho), a adopção das línguas locais no ensino de História em Moçambique para melhorar o desempenho dos educandos, considerando que a exclusão das línguas autóctones no Processo de Ensino e Aprendizagem pode contribuir para a extinção das mesmas.    
  
“Nós precisamos de incorporar as nossas línguas no ensino de História”, disse à imprensa o pesquisador e coordenador geral da Oficina de História Moçambique, Elcídio Macuacua, à margem do 6.º encontro do grupo, subordinado ao tema “ papel das línguas moçambicanas na pesquisa e ensino de História.

Observando que uma parte significativa da população moçambicana não tem o português como a primeira língua, Elcídio Macuacua entende que a adopção de línguas moçambicanas no ensino de história facilitaria o Processo de Ensino e Aprendizagem, explorando, em simultâneo, a dimensão cultural inerente nas línguas locais.

Para o historiador, a adopção de línguas moçambicanas no ensino pressupõe a documentação de obras sobre a disciplina em línguas locais, um processo que facilitaria a compreensão do educando.

“Poderíamos, em função das circunstâncias, escolher as línguas mais faladas em cada região e, a partir daí, introduzi-las nos programas”, acrescentou Elcídio Macuacua,  que também é professor de História.

Por seu turno, o também historiador e coordenador para assunto educativos e culturais, Ivan Zacarias, entende que a adopção das línguas nacionais no ensino de história em Moçambique é um processo complexo e propõe uma análise mais profunda para melhor adequação da proposta.


“É realmente necessário que as línguas nacionais sejam adoptadas no ensino mas importante não desvalorizar a língua portuguesa, na medida em que ela funciona como veículo de unidade nacional”, declarou, apontando, a título de exemplo, a situação da África do Sul, onde as línguas locais são usadas no ensino, sem que, no entanto, o inglês seja desvalorizado.      

Além de debater o “papel das línguas moçambicanas no ensino de História”, a 6.ª Oficina de História, que juntou académicos, escritores e estudantes em Maputo, serviu para o anúncio da realização da Primeira Conferência Internacional da Oficina de História, a decorrer nos dias 28 e 29 de Outubro, sob o lema “Samora Machel na Históriaː memoria, educação e cultura popular”. 

Atenciosamente.
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