No dia do seu
nascimento: Historiadores lembram Samora Machel como um “velho e bom amigo do
povo”
Historiadores lembram Samora Machel como um “velho e bom amigo do povo
Maputo, 29 set – Historiadores moçambicanos destacaram hoje
o papel de Samora Machel na construção de identidade nacional, considerando que
as suas ideias continuam actuais, 30 anos após a morte do primeiro presidente de
Moçambique independente.
“Samora continua vivo”, declarou Elcídio Macuacua, historiador
e coordenador geral da Oficina de História, num dia em que, se fosse vivo, o primeiro
Presidente de Moçambique independente completaria 83 anos de idade.
Para o historiador moçambicano, num contexto em que as datas
comemorativas e feriados nacionais são destacados em função da morte de heróis,
é importante celebrar também o nascimento destas figuras, marcando os dias que viram nascer homens que deram a sua vida pela construção do Estado e da identidade dos
moçambicanos.
Destacando a importância de as novas gerações tomarem o exemplo
de Samora Machel como fonte de inspiração, por sua vez, o historiador e coordenador
para assuntos culturais e educativos da Oficina de História Moçambique, Ivan
Zacarias, lembrou o primeiro Presidente de Moçambique como “velho e bom amigo do povo”,
observando que “são poucos homens que dariam a sua vida pela causa
dos moçambicanos”.
“É a data da sua chegada”, assinalou Ivan
Zacarias, salientando que o povo moçambicano não deve somente celebrar a data
da sua morte, que deixou um grande vazio, mas também deve festejar o nascimento
do “pai da nação”.
Nascido a 29 de Setembro de 1933, em Chilembene, na província
de Gaza, sul de Moçambique, Samora Machel morreu a 19 de outubro de 1986.
O avião presidencial em que seguia Samora Machel, um Tupolev
de fabrico russo, despenhou-se na localidade sul-africana de Mbuzini e os
Governos de Moçambique e da África do Sul, quando neste país ainda vigorava o
sistema racista do "apartheid", divergiram quanto às razões da queda
do avião.
Maputo acusou Pretória de ter provocado a queda do aparelho,
como forma de travar Samora Machel no apoio que prestava à causa
"antiapartheid", enquanto as autoridades sul-africanas da altura
imputaram a responsabilidade a erros de pilotagem.
Os sucessivos governos do Congresso Nacional Africano (ANC),
partido que subiu ao poder após o fim do "apartheid" e aliado da
Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder em Moçambique,
prometeram reabrir as investigações em torno do acidente, mas até ao momento
não se conhecem os resultados.
Para celebrar o legado daquele que foi o primeiro Presidente
de Moçambique Independente, várias iniciativas estão em curso, oriundas de instituições
de ensino, organizações não-governamentais e associações ligadas à academia.
É neste contexto que a Oficina de História Moçambique está a
organizar a sua primeira Conferência Internacional sob o lema “Samora Machel na
História: Memória, Educação e Cultura Popular”.
O evento visa juntar investigadores de diversos países,
comunidade académica, estudantil e público no geral, numa reflexão conjunta
sobre o legado histórico do primeiro Presidente de Moçambique Independente.
Sobre a Oficina de
História:
A Oficina de História é uma iniciativa de um grupo de
pesquisadores nacionais e internacionais apoiados pelo Arquivo Histórico de
Moçambique e reúne mensalmente historiadores, professores e estudantes para a
partilha de pesquisas nas diversas áreas de conhecimento científico. Os
encontros têm como objectivo apresentar à comunidade académica e estudantil os
resultados de pesquisas científicas e projectos em curso, bem como a troca de
experiências técnicas e profissionais de interesse geral.
Atenciosamente.
Media:
Telcínia dos
Santos Nhantumbo (847489538)
Estêvão
Azarias Chavisso (825729082)
Alberto
Massango (840166644)
Correio Eletrónico: oficinadehistoriamoz@gmail.com
Com o apoio: Arquivo Histórico de Moçambique (AHM);
Biblioteca do Centro Cultural Americano;
Associação Académica Bandla.
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