quinta-feira, 29 de setembro de 2016

No dia do seu nascimento: Historiadores lembram Samora Machel como um “velho e bom amigo do povo”

 

Historiadores lembram Samora Machel como um “velho e bom amigo do povo


Maputo, 29 set – Historiadores moçambicanos destacaram hoje o papel de Samora Machel na construção de identidade nacional, considerando que as suas ideias continuam actuais, 30 anos após a morte do primeiro presidente de Moçambique independente.

“Samora continua vivo”, declarou Elcídio Macuacua, historiador e coordenador geral da Oficina de História, num dia em que, se fosse vivo, o primeiro Presidente de Moçambique independente completaria 83 anos de idade.

Para o historiador moçambicano, num contexto em que as datas comemorativas e feriados nacionais são destacados em função da morte de heróis, é importante celebrar também o nascimento destas figuras, marcando os dias que viram nascer homens que deram a sua vida pela construção do Estado e da identidade dos moçambicanos.   

Destacando a importância de as novas gerações tomarem o exemplo de Samora Machel como fonte de inspiração, por sua vez, o historiador e coordenador para assuntos culturais e educativos da Oficina de História Moçambique, Ivan Zacarias, lembrou o primeiro Presidente de Moçambique como “velho e bom amigo do povo”, observando que “são poucos homens  que dariam a sua vida pela causa dos moçambicanos”.  

“É a data da sua chegada”, assinalou Ivan Zacarias, salientando que o povo moçambicano não deve somente celebrar a data da sua morte, que deixou um grande vazio, mas também deve festejar o nascimento do “pai da nação”.

Nascido a 29 de Setembro de 1933, em Chilembene, na província de Gaza, sul de Moçambique, Samora Machel morreu a 19 de outubro de 1986.

O avião presidencial em que seguia Samora Machel, um Tupolev de fabrico russo, despenhou-se na localidade sul-africana de Mbuzini e os Governos de Moçambique e da África do Sul, quando neste país ainda vigorava o sistema racista do "apartheid", divergiram quanto às razões da queda do avião.

Maputo acusou Pretória de ter provocado a queda do aparelho, como forma de travar Samora Machel no apoio que prestava à causa "antiapartheid", enquanto as autoridades sul-africanas da altura imputaram a responsabilidade a erros de pilotagem.


Os sucessivos governos do Congresso Nacional Africano (ANC), partido que subiu ao poder após o fim do "apartheid" e aliado da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder em Moçambique, prometeram reabrir as investigações em torno do acidente, mas até ao momento não se conhecem os resultados.

Para celebrar o legado daquele que foi o primeiro Presidente de Moçambique Independente, várias iniciativas estão em curso, oriundas de instituições de ensino, organizações não-governamentais e associações ligadas à academia.

É neste contexto que a Oficina de História Moçambique está a organizar a sua primeira Conferência Internacional sob o lema “Samora Machel na História: Memória, Educação e Cultura Popular”.

O evento visa juntar investigadores de diversos países, comunidade académica, estudantil e público no geral, numa reflexão conjunta sobre o legado histórico do primeiro Presidente de Moçambique Independente.

Sobre a Oficina de História:

A Oficina de História é uma iniciativa de um grupo de pesquisadores nacionais e internacionais apoiados pelo Arquivo Histórico de Moçambique e reúne mensalmente historiadores, professores e estudantes para a partilha de pesquisas nas diversas áreas de conhecimento científico. Os encontros têm como objectivo apresentar à comunidade académica e estudantil os resultados de pesquisas científicas e projectos em curso, bem como a troca de experiências técnicas e profissionais de interesse geral.

Atenciosamente.
Media:
Telcínia dos Santos Nhantumbo (847489538)
Estêvão Azarias Chavisso (825729082)
Alberto Massango (840166644)
Correio Eletrónico: oficinadehistoriamoz@gmail.com
Com o apoio: Arquivo Histórico de Moçambique (AHM);
Biblioteca do Centro Cultural Americano;
Associação Académica Bandla.

Sem comentários:

Enviar um comentário